Monday, July 16, 2007

Crise?

-Crise?
-Pois é...
-Por quê?
-Não sei...
-O que acontece?
-Sinto-me distante de Deus.
-Como é isso? O que é estar perto?
-Com toda a descoberta e encontro no começo do ano eu estava divino! Sentia-me viver muito forte o plano espiritual. Sabia medir em cada coisa o que era e o que não era vontade de Deus: mil providências a todo momento. Mas parece que eu fui deixando de seguir a Sua vontade... Pode ser. Será um tempo de depuração? Suportar um mundo nos ombros, como diz o poema? Mas para que um único homem erga o mundo, é preciso que esse esteja vazio. Tá tudo dando certo de uma forma, mas uma forma vazia. Como um livro para colorir que está cheio de formas e esperando que a mãozinha da criança venha. Não adianta ter o mundo para colorir sem os lápis-de-cor. Lápis-de-cor... Lápis-de-cor são pessoas. Pessoas se encontram quando você está se desprendendo de você mesmo. Se você não está mais em si, pronto: não pode levar o mundo nos ombros, ele não é só seu. Existe o outro. Na verdade, ele é de todos, por isso, de Deus. Visto isso, você vê que é, também como os outros, um lápis-de-cor, cor única e insubstituível, cor única e que irá pintar as partes mais importantes dadas a você no grande desenho que Deus lhe oferece e conta reaver coloridas, ofertadas pelas mãos do homem que você é.

Obs: O último momento desse texto é inspirado na frase de Rabindranath Tagore: "Deus conta reaver suas próprias flores, ofertadas pela mão do homem".